Dois infiltrados escondidos, 26 confinados e R$ 2 milhões em jogo. Foi assim que a 17ª temporada de A Fazenda 17 abriu os trabalhos na Record TV nesta segunda (15), às 22h30, direto de Itapecerica da Serra (SP). Adriane Galisteu comanda o reality rural, que voltou com a mesma receita de pressão psicológica, tarefas pesadas e alianças frágeis — agora turbinada por uma dinâmica que planta desconfiança desde o primeiro minuto.
Entre os 26 nomes do elenco, 24 disputam oficialmente e 2 entram como infiltrados. O detalhe que muda o tabuleiro: eles não sabem da existência um do outro. Quem sabe antes são os espectadores, que receberam a revelação na estreia. Dentro da casa, a história começa a circular já no primeiro dia, mas sem confirmação — combustível perfeito para teorias, rachas e votos impulsivos.
Na primeira formação de votos, marcada para terça, cada participante precisa apontar quem acha que é o infiltrado. A regra é direta: se cinco ou mais acertarem um dos infiltrados, apenas quem cravou divide R$ 50 mil. Se menos de cinco acertarem, o infiltrado leva a bolada sozinho. O acerto vale dinheiro, mas o erro custa capital social ali dentro — erra quem se expõe demais, acerta quem lê o jogo cedo.
O prêmio final para o campeão segue robusto: R$ 2 milhões. Entre provas, convivência tensa e votações afiadas, a temporada promete manter o jogo vivo também fora do ar, já que o público entra no clima sabendo mais do que os peões. É aquela clássica vantagem do espectador: assistir aos movimentos com informação privilegiada.
Rodrigo Carelli, diretor do reality, já havia prometido uma entrada diferente e dinâmicas que piscam para temporadas anteriores. Na prática, a primeira semana deve dosar memória afetiva — com referências a jogos que deram certo — e um passo à frente na mecânica social. A paranoia sobre quem é infiltrado deve pautar conversas, formar grupos tortos e, claro, antecipar rivalidades.
O ambiente também ganhou ajustes. A fazenda agora tem dois bezerros de búfalo e um novo cavalo, Apolo, que substitui o veterano Colorado. Na rotina, isso significa mais atividade de cuidado e manejo no curral e no estábulo — e menos margem para descuido. Quem vacilar com a lida, apanha na convivência e na avaliação dos colegas.
Dentro da casa, a produção instalou um banheiro interno extra. Parece detalhe, mas reorganiza completamente o fluxo da manhã e da noite, reduz filas e abre espaço para uma nova dinâmica de limpeza. Eles mesmos cuidam da manutenção, então a divisão de tarefas e a disciplina — ou a falta delas — rapidamente viram pauta de atrito.
Para quem quer acompanhar sem edição, a transmissão sem cortes acontece no RecordPlus, a plataforma de streaming da Record TV. Na TV aberta, o programa vai ao ar de segunda a sábado às 22h30 e aos domingos às 23h00. O desenho é claro: grade fixa na TV para o grande momento do dia e fluxo constante no digital para quem gosta de vigiar a estratégia no detalhe.
Patrocínio também chega pesado, sinal de apetite comercial nesta temporada: Aurora, Betano, Centrum, PicPay, Sapatinho de Luxo e MDS assinam as cotas. Na prática, isso se traduz em ativações nas provas, ações na casa e momentos de marca em dinâmicas — parte do jogo, parte do negócio.
Com 26 confinados e duas peças secretas, o início tende a ser caótico — do jeito que move audiência. Quem souber observar silêncio, conectar pistas e usar o voto como isca pode faturar os primeiros R$ 50 mil e ainda sair com moral. Quem cair no boato errado perde confiança e vira alvo cedo. A Fazenda vive desse fio: um passo em falso e o campo vira lama.
Em termos de ritmo, a estreia já sinaliza semanas de rotação alta: recados diretos, regras simples e margem para leitura de jogo. Galisteu segura a condução com a firmeza de quem conhece as curvas do formato, e o cenário de Itapecerica continua sendo personagem — o amanhecer gelado, a rotina com os animais e a cozinha como ponto de encontro e conflito.
Se o plano da direção era trazer referência às edições antigas sem repetir fórmula, a jogada dos infiltrados cumpre essa promessa com uma camada a mais de suspense. O público vê primeiro, julga depois. Lá dentro, eles tateiam no escuro. É aí que o reality se faz: na diferença entre o que sabemos e o que eles acham que sabem.
No fim do dia, o jogo começa antes do primeiro “bom dia” no galpão. O infiltrado que passar ileso já estreia ganhando. O peão que não comprar briga cedo, mas enxergar o tabuleiro, também. E a audiência segue com a vantagem mais valiosa: ver tudo de cima, sem cortes.
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