Quando Brooklyn Earick, ex‑DJ e fundador da Redacted RnD, apresentou uma proposta de 4,5 bilhões de libras ao Tottenham Hotspur, a diretoria decidiu que não venderá. A oferta, divulgada pelo The Guardian na sexta‑feira, 26 de setembro de 2025, incluía ainda 1,2 bilhão de libras reservados para reforços ao elenco. O plano, que deveria ser concluído até dezembro do mesmo ano, encontrou resistência firme de Joe Lewis, proprietário do Tavistock Group e controlador da ENIC, que confirmou que o clube "não está à venda".
O Tottenham, que disputa a Premier League desde 2010, tem sido alvo de especulações sobre mudança de controle desde que a ENIC adquiriu a maior parte das ações em 2001. Em setembro de 2025, a situação ficou mais tensa: além da oferta de Earick, o clube registrou duas outras manifestações de interesse recebidas em 7 de setembro, ambas rejeitadas sem maiores comentários. Londres viu um aumento súbito nas buscas por "venda Tottenham" nas ferramentas de busca, refletindo a curiosidade dos torcedores.
A proposta totalizava 4,5 bilhões de libras (cerca de R$ 32 bilhões), dos quais 1,2 bilhões (R$ 8,6 bilhões) seriam destinados exclusivamente à compra de novos jogadores. Segundo documentos compartilhados com a imprensa, a estratégia era usar parte do capital para atrair talentos europeus de alto nível, reforçando posições críticas como centroavante e meio‑campo defensivo. Earick, que já trabalhou como engenheiro elétrico na NASA antes de fundar a Redacted RnD, alegou que sua experiência em tecnologia aeroespacial lhe dava uma visão única sobre gestão de clubes esportivos.
Durante a reunião de negociaçãoLondres, representantes da Redacted RnD apresentaram um plano de investimento de cinco anos, prometendo modernizar a infraestrutura do estádio e criar um centro de dados esportivos para análise de desempenho. A proposta, no entanto, não continha cláusulas que garantissem a permanência de Earick no controle acionário, o que gerou dúvidas sobre a real intenção de longo prazo.
Em comunicado oficial, a diretoria do Tottenham afirmou que "a ENIC e a administração não pretendem vender sua participação no clube". O comunicado, assinado por Joe Lewis, destacou que a prioridade é "preservar a identidade e a tradição do clube para os torcedores". A ENIC, por sua vez, reforçou que está focada em "projetos de crescimento interno" e que qualquer oferta deve ser "excepcionalmente estratégica".
Especialistas esportivos apontam que a recusa pode estar ligada ao medo de perder controle sobre decisões de contratação e desenvolvimento de talentos. "Um investidor externo com tanto capital pode mudar radicalmente a filosofia do clube", alertou Ana Ribeiro, analista da Sports Business Journal. Ainda assim, a diretoria parece confiante de que o desempenho atual da equipe, que ocupa a 5ª posição na tabela da Premier League, garante um fluxo de receitas saudável.
Embora a proposta não tenha sido aceita, ela destacou a crescente valorização dos clubes da Premier League no cenário global. O Tottenham, que foi avaliado em £ 3,3 bilhões no último relatório de consultoria financeira, agora tem um parâmetro de referência para negociações futuras.
Com a recusa da oferta, a ENIC permanece vigilante. Fontes internas indicam que a diretoria continuará analisando propostas que venham com “garantias de investimento em infraestrutura e desenvolvimento juvenil”. Enquanto isso, a temporada prossegue, e o treinador Antonio Conte já afirma que o foco está na luta por vagas na Liga dos Campeões.
Para os torcedores, a mensagem é clara: o clube está decidido a permanecer nas mãos de quem já conhece sua história. O futuro financeiro ainda será acompanhado de perto, sobretudo se outras ofertas surgirem no próximo inverno.
A diretoria, liderada por Joe Lewis e a ENIC, considerou que a proposta, apesar do valor, não trazia garantias de longo prazo nem preservava a identidade do clube, além de faltar cláusulas de controle acionário que eles consideram essenciais.
Brooklyn Earick, 41 anos, começou como DJ e produtor musical, depois trabalhou como engenheiro elétrico na NASA e fundou a Redacted RnD, empresa que atua em tecnologia, esportes e entretenimento.
A proposta previa que a quantia fosse usada para contratar novos jogadores, modernizar o estádio e criar um centro de dados esportivos para análises de desempenho, elevando o patamar competitivo do clube.
Os fãs veem a decisão como um sinal de que a administração valoriza a história e a cultura do Tottenham, evitando que investidores externos alterem drasticamente a gestão esportiva e comercial do clube.
Especialistas apontam que, com a valorização crescente dos clubes da Premier League, é provável que outras ofertas apareçam, especialmente no período de transferências de inverno, mas a ENIC manterá critérios rígidos.
1 Comentários
luciano trapaneseoutubro 5, 2025 AT 04:33
O Tottenham tem a chance de provar que a identidade de clube ainda vale mais que dinheiro.
A recusa da oferta gigantesca mostra que quem manda aqui são os torcedores, não os tiranos do capital.
Quando a diretoria fala em preservar tradição, está na verdade garantindo que a alma da equipe continue viva.
Os fãs podem sentir isso no estádio, quando cantam “Come on you Spurs!” sem medo de um comprador estrangeiro.
Não é preciso abrir mão de investimentos; já se fala em melhorar a academia e a infraestrutura sem mudar o controle.
Cada milhão do fundo próprio pode ser direcionado a contratações que realmente preencham lacunas táticas.
O negócio de Earick parecia ser um “cash‑in” imediato, mas faltou clareza sobre quem iria decidir o futuro do elenco.
Se o clube aceitar um investidor que só pensa em lucro, corremos o risco de perder a filosofia de “jogo coletivo”.
Por isso, apoiar a decisão da ENIC é apoiar a cultura do futebol de Londres.
Os sócios precisam exigir transparência nas próximas negociações, porque o dinheiro pode ser mantido em caixa, mas a confiança se perde com vazios.
Um clube forte se mede também pela sua relação com a comunidade local, não apenas pelos números no balanço.
Respeitar a história não impede inovação, ao contrário, cria um ambiente onde a tecnologia serve ao espírito esportivo.
O Tottenham pode ainda usar o próprio caixa para modernizar o centro de dados e melhorar a análise de desempenho.
Essa abordagem mantém o controle nas mãos de quem entende o clube, e não de um “ex‑DJ” com currículo de NASA.
A mensagem clara é: o futuro será construído por quem tem sangue branco e azul, não por quem tem dólares em excesso.
Então, vamos continuar apoiando, cobrando e celebrando cada vitória com a mesma paixão de sempre.