Mistério renasce: quem matou Odete Roitman na nova Vale Tudo?

6out

Quando Débora Bloch, atriz da Globo encarnou a icônica vilã Odete Roitman na segunda temporada de Vale Tudo, o suspense que paralizou milhões em 1988 voltou a ocupar as manchetes. A cena decisiva foi transmitida na segunda‑feira, 6 de outubro de 2025, às 21h20, direto da emissora principal da Rede Globo, e gerou polêmica porque, ao contrário da versão clássica, o desfecho ainda estava encoberto por múltiplos finais gravados. O que acontece é que a própria autora, Manuela Dias, admitiu ao Fantástico que “gravamos dez versões diferentes” e que só ela e o diretor Paulinho Silvestrini sabem quem realmente puxou o gatilho.

Contexto histórico: o assassinato que virou fenômeno

Na edição original de 1988, Odete Roitman – interpretada por Beatriz Segall – foi morta a tiros enquanto confrontava Marco Aurélio sobre desfalques na empresa fictícia TCA. Curiosamente, o responsável não era o marido nem o sócio, mas sim Leila, esposa ciumenta de Marco Aurélio, papel vivido por Cássia Kis. Na época, a frase "Quem matou Odete Roitman?" invadiu rádios, jornais e até o mercado de apostas, criando o primeiro grande enigma da teledramaturgia brasileira.

Detalhes da nova versão e os cinco suspeitos

O remake de 2025 expande o leque de suspeitos para cinco personagens: Marco Aurélio, Celina, César, Maria de Fátima e Heleninha. Cada um tem um motivo plausível, e a produção gravou cenas em que cada um tanto faz o ato quanto se abstém dele. Em um dos rascunhos vazados, Cauã Reymond – que interpreta César – atira em Odete no luxuoso Copacabana Palace, alegando que a herança de metade do Grupo TCA seria sua, conforme o contrato de casamento.

• Marco Aurélio: herdeiro direto e suspeito de fraude financeira.
• Celina: assessora ambiciosa, temia ser expulsa da diretoria.
• César: advogado frio, visava a parte da herança que cabe a Odete.
• Maria de Fátima: ex‑amante que ainda guardava ressentimento.
• Heleninha: jovem executiva, pressionada por um futuro incerto.

Manuela Dias explicou que a estratégia dos múltiplos finais foi “preservar a tensão até a última hora”. Ela e Silvestrini mantiveram o roteiro em segredo, inclusive para os atores, que gravaram as versões sem saber qual seria a final oficial.

Reações dos criadores e do público

Em entrevista ao Jornal da Globo, a autora disse: “Eu também fiquei apaixonada pela Odete. Então, realmente deu dó”. O diretor Paulinho Silvestrini acrescentou que a escolha do final foi feita em uma reunião secreta após a exibição do capítulo de 21h20, levando em conta a reação nas redes sociais. Nas primeiras duas horas, o hashtag #QuemMatouOdete acumulou mais de 150 mil publicações, e a audiência bateu 23,4 pontos, o maior índice da temporada.

Impacto sociocultural da trama

Vale Tudo sempre abordou temas como etarismo, racismo e alcoolismo. Na nova edição, a trama também trouxe à tona a discussão sobre regularização de paternidade. Segundo dados da Defensoria Pública de São Paulo, a procura por serviços de reconhecimento de paternidade aumentou 300 % nos três meses que se seguiram ao episódio, seguindo o exemplo dos personagens Lucimar e Vasco, cujo relacionamento inspirou jovens a buscar seus direitos.

Especialistas em comunicação, como a professora Ana Lúcia Brandão da USP, apontam que “o mistério cria um ponto de convergência cultural que ultrapassa a tela, gerando debates em mesas de jantar, fóruns online e até em campanhas de cidadania”.

Próximos passos e onde acompanhar

O final oficial ainda não foi divulgado pela Globo; o programa “Hora de Cotidiano” prometeu revelar o culpado na próxima segunda‑feira, 13 de outubro, às 20h. Enquanto isso, os assinantes podem rever os capítulos no serviço de streaming Globoplay, que mantém todo o arquivo da novela ao alcance de quem quiser analisar cada pista.